“Todavia eu me alegrarei no Senhor: exultarei no Deus da
minha salvação.”
(Hc 3.18)
O livro de Habacuque é o relato da trajetória de um homem
que vai da dúvida à adoração. Inconformado com a violência que vigorava entre o
povo de Judá e a injustiça de seus líderes vive uma profunda crise espiritual. Não
entendia a aparente tolerância do Senhor e pediu a Deus que corrigisse aquele
povo violento e injusto. Mas, finalmente quando Deus lhe mostrou que levantaria
a Babilônia para guerrear e conquistar Judá percebemos o profeta perplexo e
desorientado. Jamais poderia imaginar medidas tão drásticas! E abertamente dialoga
com Deus expondo os seus questionamentos: Por que um Deus Santo e Justo aceitaria
que uma nação ainda mais perversa corrigisse o Seu povo? Por que tamanha
injustiça com um povo relativamente mais justo? Por que um Deus misericordioso
fomentaria no inimigo cruel o desejo de matar?
Conosco não é diferente. Em meio a um mundo violento e
injusto, onde pessoas inocentes são vitimas das maiores crueldades, nos
sentimos exatamente como Habacuque e nos voltamos para O Senhor com uma única
pergunta: “por que, pois, olhas para os que
procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais
justo do que ele?” (Hc 1.13). Queremos
justiça, queremos livramento divino para os inocentes e castigo para os malfeitores.
Todavia, esse homem de Deus tem uma atitude admirável: “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a
fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu teria à
minha queixa” (Hc 2.1). Ainda que não compreendesse os planos
do Altíssimo, foi reverente, não criticou a decisão divina; relembrou o fato de
quem era Deus – Deus Santo, Salvador, Sustentador do Seu povo, Soberano, que tem
tudo sobre o Seu controle - e esperou simplesmente. Ensina-nos que até podemos
questionar, mas, não temos o direito de contrariar a sabedoria de Deus.
Nos momentos difíceis, quando somos lançados em sofrimento
por um período de tempo, ou nos pareça que nossos inimigos estão prosperando
enquanto nós, apenas sobrevivemos, precisamos tão somente nos aquietar e
confiar que Deus está trabalhando. Ele continua no trono do universo. Nossa
mente e nosso coração devem permanecer firmes na realidade de que O Senhor nos
fará andar aos lugares mais altos com Ele, ainda que para isso, tenhamos que
percorrer um caminho de sofrimento, tristeza e dor.
“O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como o da
corsa, e me faz andar altaneiramente” ( Hb 3.19)