“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe:
Zaqueu desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”.(Lc 19.5)
Em
seu breve ministério, Jesus teve alguns encontros, entretanto, esse é o único em
que Ele se convida para ser hóspede de alguém. Ao ver Zaqueu, O Senhor poderia
ter lhe falado muitas outras coisas ali junto àquela árvore, mas Ele preferiu
dizer apenas estas palavras: “... desce depressa, pois
me convém ficar hoje na tua casa”. A comunhão mais profunda, a conversa
mais séria, o conhecimento mais amplo, tudo isso aconteceu na casa do cobrador
de impostos. Que bela lição esse encontro nos ensina! Jesus quer muito mais que
uma rápida passagem à distância; Ele anseia por uma intima comunhão conosco e
quer fazer do nosso coração a Sua morada. Jesus deseja ir muito além do lugar
onde nos refugiamos numa tentativa de fugir dos problemas que nos sufocam e
impedem a nossa visão. Ele quer estar no cerne, na raiz das nossas
dificuldades, no âmago do nosso ser.
Onde
nos recolhemos quando assolações nos atingem? Na árvore da fé de outras pessoas?
Muitas vezes subimos na árvore de pessoas que já têm raízes, quando na verdade é
necessário que criemos raízes firmes e fortes em Jesus e Sua Palavra. Ainda que
nossos irmãos possuam raízes fortes, isso não nos isenta do trabalho de criar raízes
na Palavra. Uma árvore boa é reconhecida pela solidez e força de suas raízes. Muitos
dissabores no sobrevêm por nos refugiarmos em “grandes homens de fé”, mas que
na realidade não passam de árvores grandes cujas raízes estão frágeis, incapazes
de dar-lhes sustentação.
Por isso o Apóstolo Paulo nos faz
a seguinte exortação: “Ora, como recebeste Cristo
Jesus, O Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados
na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças” (Cl 2.6-7)
“Porque do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios,
prostituições... são estas coisas que contaminam o homem” ( Mt15.19-20)
Na verdade o que pensamos a nosso respeito não é decisivo. O que
importa e é realmente determinante é o julgamento que Deus faz sobre cada um de
nós.
Estudiosos afirmam que uma pessoa tem em média 10.000 pensamentos
por dia. Se considerarmos que apenas 1% deles sejam pensamentos pecaminosos, e
acrescentarmos nossas palavras e nossas ações, o resultado seria um número inimaginável
de pecados no decorrer de nossa vida.
A Bíblia ensina que Deus registra cada pecado. Todos, sem exceção,
seremos julgados por nossas palavras, pois são elas que revelam a condição do nosso
coração; e cada um prestará conta de toda palavra frívola que proferir. “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os
homens, dela darão conta no Dia do Juizo” ( Mt 12.36). Nenhum impuro,
nenhum pecador, nenhum mentiroso terá acesso ao céu, mas apenas os registrados
no Livro do Cordeiro ( Ap 21.27).
É indiscutível que há pessoas “melhores” que outras. Entretanto, isso não
altera a verdade de que somos todos pecadores e sem Jesus estaremos
irremediavelmente perdidos. O fato de alguém conseguir saltar 10, 20 ou 30
metros de distância de nada lhe adiantará se o abismo a transpor mede 100 metros.
Há uma ponte que o próprio Deus colocou para atravessarmos e alcançarmos o Seu
Reino. Essa ponte é Jesus Cristo que pagou na cruz os nossos pecados. Qualquer
um que entregar sua vida carregada de pecados a Cristo terá o seu nome inscrito
no Livro da Vida do Cordeiro, será salvo por toda a eternidade e terá livre
acesso ao Reino de Deus.
“Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o
Filho de Deus não tem a vida”. (1Jo 5.12)
“Mas os filhos de Belial disseram: Como poderá este homem
salvar-nos? E o desprezaram e não lhe trouxeram presentes. Porém Saul se fez de
surdo”. (1Sm 10.27)
Após o Senhor ter escolhido Saul para ser o líder de Israel, alguns do
povo não o reconheceram com o respeito devido a um rei, o desprezaram e até o difamaram.
Mesmo tendo um trágico fim, devido a sua infidelidade a Deus, Saul recebeu
talentos da parte de Deus para serví-LO e reinar sobre Israel; seu coração foi
transformado e revestido pelo poder do Espirito Santo. Diferente de outros
reis, Saul não mandou castigar aqueles que o desprezavam e propositalmente não permitiu
que nenhuma raiz de amargura se instalasse no seu coração. Como somos
tendenciosos a pagar o mal com o mal! Se não o fazemos na hora, faremos numa
outra oportunidade.
Após uma grande vitória sobre os inimigos, Saul foi aconselhado a
destruir todos que lhe desejavam mal. “Porem Saul
disse: Hoje, ninguém será morto, porque, no dia de hoje, o Senhor salvou a
Israel” (1Sm 11.13). Ele reconheceu o livramento do Senhor e recusou-se
a matar os que haviam se revoltado contra o seu reinado e usou de misericórdia.
Sem ceder ao orgulho, manteve-se humilde, deixando nas mãos de Deus o castigo
para as más línguas. E o resultado de tudo isso foi alegria e adoração.
“Deus é bom e a sua misericórdia dura para sempre”. Em Sua infinita
bondade, Deus nos deu gratuitamente o perdão, por meio do sacrifício de Jesus
na cruz. Ele nos perdoou tudo! E temos a garantia do Seu perdão sempre que
formos a Ele confessando os nossos pecados. Ressentimentos, amarguras e
animosidades contra o próximos são totalmente incompatíveis com uma vida cristã
verdadeira, e devem por isso, ser banidos da vida do crente.
“e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como temos perdoados
aos nossos devedores” (Mt 6.12)