Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e sob as
minhas vistas, te darei conselho (Sl 32.8).
É
normal sairmos à procura de um lugar no qual nunca estivemos antes. Com o
endereço na mão, a única orientação que temos são um mapa e as placas de
sinalização; sem contar os transtornos que podem surgir; e que é claro, o mapa
jamais poderia indicar.
Em
nossa caminhada com Jesus passamos por situações semelhantes. O fato de
seguí-LO não implica estar ciente do que virá pela frente. O Senhor não nos revela
nada a respeito do amanhã, nem esclarece quais são a Suas intenções em nosso
relacionamento. Enquanto O seguimos há muitas coisas que nos são ocultas. Sua
Palavra aponta nosso destino final, entretanto, o caminho que nos conduzirá até
lá – com os seus contratempos – não tem como sabermos antecipadamente. Nossa
única e inabalável certeza é que Jesus estará conosco “...
eis que estou convosco todos os dias, até a consumação do século” (MT 28.20).
Na
procura pelo endereço do Pai e sob quaisquer circunstâncias, temos tão somente
a garantia de Sua constante presença e a convicção de que “nos cerca por trás e por diante e sobre nós põe as mãos”
(139.5). Ainda que não conheçamos o caminho, cremos que O Senhor Jesus o
sabe muito bem e isso é suficiente para acalmar a nossa alma e nos encher de
paz.
“Porque a palavra de Deus é viva, e
eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao
ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração”. (Hb 4.12)
A Palavra de Deus, além de alimento e consolo
para os que creem, é um instrumento de juízo e execução para aqueles que não se
comprometem com Jesus Cristo. Nenhum dos nossos pensamentos, por menor que
seja, é desconhecido para Deus. Ele vê e ilumina o mais profundo de nossa alma.
Todas as coisas estão “nuas e patentes” diante do Senhor. Assim como uma brasa
incandescente tem poder para derreter um metal, a Palavra do Senhor é capaz de
amolecer o mais duro coração.
Deus não faz acepção de pessoas. Perante Ele
somos todos iguais. Ele julga e condena tanto o rico como o pobre, o sábio como
o ignorante, o mestre como o discípulo. Sua Palavra é viva! Ela concede e
mantém a vida.
Quando ficamos sensíveis à Palavra e permitimos
que entre em nosso coração, Ela virá acompanhada de vida vinda do próprio Deus.
Ela é a semente do novo nascimento que nos transforma em uma nova criatura e
nos reveste de poder para lutar contra as forças da destruição. É pela comunhão
e compromisso com o Senhor e Sua Palavra que adquirimos um coração firme,
percorremos um caminho seguro e um juízo claro. Mas, se resistirmos à Palavra,
certamente sofreremos as consequências “... o que
todavia se mantém rebelde, sobre ele permanece a ira de Deus” ( Jo 3.36).
Deus concedeu a cada um de nós o “livre
arbítrio”. Temos a liberdade de aceitar ou rejeitar a Palavra que nos dá vida; e
isso é uma questão de fé. Que O Espírito de Sabedoria nos capacite a ouvir a
Voz d'Aquele que diz: “...te propus a vida e a morte, a
benção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência”. (Dt 30.19)
Depois
de fazer sair todas (as ovelhas) que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o
seguem, porque lhe reconhece a voz (Jo 10.14)
Bem cedinho, o
pastor chega, abre a porta do redil e sai à frente do rebanho. Eis que de
repente vê uma ovelhinha machucada com dificuldades para andar. Ele a coloca em
seus braços, enquanto todas as outras o seguem calmamente. É exatamente essa a
atitude que Jesus, O Bom Pastor, tem conosco, quando nos encontramos machucados
e fracos demais para caminhar. Nos pega, nos aconchega em Seu colo, trata as
nossas feridas e nos põe de pé novamente.
Ser cristão é
fazer parte do rebanho do Senhor. É conhecer e obedecer à Sua voz. É saber que “não temos aqui cidade permanente” (Hb 13.14), e por
isso vamos seguí-LO na certeza que usará tudo o que estiver à Sua disposição para
chegarmos lá. Ser cristão é estar consciente que muitas vezes O Bom Pastor
permitirá andarmos por lugares que não desejamos, mas, confiantes que preparou
para além do vale sombrio, pastos verdes e águas tranquilas onde poderemos
descansar.
Há limites
demarcados pelo Pastor os quais precisam ser observados. A ovelha que O segue e
reconhece a Sua Voz respeita a cerca que envolve o aprisco; ela sabe que o Bom Pastor
a pôs ali para protegê-la e pobre dela se pular a cerca e fugir para a
escuridão.
É desejo do
Senhor Jesus que todos façamos parte do Seu aprisco. E sabemos que estamos no
convívio do Seu rebanho quando atentamos para a simplicidade do que João nos
diz: “Sabemos que o temos conhecido por isto: se
guardamos os seus mandamentos” (1Jo 2.3).